terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Vizinhos inconvenientes

Há muitas coisas diferentes neste ano que está a terminar... vir para aqui, encontrar um emprego, casa, uma nova vida, tudo isto sozinha... não foi fácil mas nunca pensei nesta hipótese... Eu, que nunca vivi num prédio antes, tive de me acostumar a dividir os espaços comuns com pessoas que não conheço... algumas delas, bem estranhas... nada grave, pensei... o corredor é "nosso" mas a casa, é minha e dentro dela posso fazer o que quiser. Crente não? 
Tudo começou no início, quando me esqueci da hora e martelei na parede às onze da noite... Alguém me recordou disso dando pancadas na parede... perdoem-me, mas estou habituada a viver numa casa grande em que literalmente podia berrar que ninguém me chateava... Depois começaram por ser várias pancadas com marteladas em horas mais decentes... às dez... depois baixei para as nove... o cúmulo foi às sete e meia da tarde! E aí... aí parei de tentar encontrar desculpas plausíveis e comecei a acreditar, que algures num apartamento, está um cobarde qualquer sem vida própria, que se refugia no facto de este prédio ter bastantes apartamentos para não ser descoberto e que não faz outra coisa a não ser chatear os demais. Gosto sinceramente de o imaginar algures perto de uma parede, de cajado na mão à espera do primeiro barulhinho para destruir uma parede, o chão ou o tecto de sua casa com pancadas violentas. E não pensem que é diferente... ele espera o barulho... como eu espero a hora de sair do trabalho... ansiosamente... Experimentem partir um prato... já ele está a bater antes do mesmo se ter feito em mil bocados no chão... outro dia, mandei um trambolhão cá em casa, magoei-me numa perna e ainda tive de o ouvir batucar... ou seja, literalmente podemos morrer que ele ainda ajuda!
Ignorei-o. Gosto quando bate às sete da tarde para que me dê mais motivos de martelar ou insultá-lo do piorio mesmo que seja numa língua que não compreende. Mas não deixa de ser triste... arre lá para as pessoas sem vida própria...

5 comentários:

Anónimo disse...

Tem o seu lado psicológico:nunca estás só!!!!
Deve ser alguém ligado ao teatro (aprendiz de artista, funcionário menor...) que flipou nas pancadinhas de Molière...

Strawie disse...

Bem... claro que saber que não estamos só neste imenso prédio é sempre... reconfortante e protector, mas se ao menos fossem apenas (as famosas)3 pancadas e não 30! Não há mal nenhum em flipar... desde que com moderação! ;)

Anónimo disse...

BOOM! BOOM! BOOM! BOOM!!!!

Anónimo disse...

O segundo anónimo, dos booms, não sou eu, viu??

Strawie disse...

Calculei que não ;)Beijinhos