quarta-feira, 13 de março de 2013

Faz tempo

Faz muito tempo que aqui não escrevia. Os dias, essas coisas raras e complexas, foram passados entre afazeres e "nenhum-fazeres". A infecção bacteriana que entretanto melhorou para vírica (isto é melhora???), ainda cá anda por companhia e a cabeça, essa anda entretida entre um e outros mil pensamentos que só a mim dizem respeito.
Não resta muito mais de mim. Da minha vida. Nem sequer interesse tem para os restantes mortais... bem... talvez para um ou dois mas não para a maioria. Estou apenas concentrada no regresso a casa. Temporário como todos os que tenho feito. Mas este será diferente. Olho para essa semana como uma cura. Estou sinceramente a precisar do miminho da mãe, da praia (mesmo que o tempo não seja convidativo), e até, imagine-se, da humidade da minha cidade que tanto mal faz aos ossos. Das minhas coisas (as poucas que lá ficaram), dos meus amigos e dos meus refúgios. Estou a precisar ficar sozinha no meu antigo mundo e não neste em que me encontro agora. 
Perguntaram-me hoje admirados, se eu estava sozinha na Alemanha... a viver por mim e para mim, sem alguém que me confortasse os momentos de agonia e saudade. Sem alguém que me fizesse o jantar em noites que chego tarde como hoje. Sem alguém que me aquecesse os pés em noites frias como estas... Respondi orgulhosamente que sim mas deu que pensar... Por vezes as coisas não têm tanta piada... Aprendi a fazer tudo sozinha... desde consertar a bicicleta a trocar tomadas eléctricas... arranjar canos e pagar as contas a horas. Mas perdeu-se a piada. Em noites de tempestade sabe bem fingir que temos medo só para que alguém nos abrace... ou de noite quando acordamos com um baralho estranho na porta, sabe bem ter alguém ao lado que nos vai defender de um perigo eminente que não passa de ilusório... Estar sozinha... aqui em casa ou na Alemanha, não tem de facto tanta piada como gostaria... Mas é facilmente encontrada quando reencontro os amigos que entretanto fiz. Não é o mesmo, mas é algo... Duas semanas e volto ao "meu mundo"...

1 comentário:

Anónimo disse...

O crescimento tem as suas dores, mas são passageiras. A "piada" não desapareceu e rapidamente voltará. E vai encontrar uma PESSOA em toda a sua plenitude. Sermos independentes e autónomos é a primeira condição para sermos felizes, acredita.

PS:Já tinha saudades de te ler!