domingo, 18 de dezembro de 2016

Mata-me outra vez


Tentamos uma vez, jurando que o mar de rosas nunca se iria perder, que as pétalas nunca fossem cair e prometemos a nós mesmos, nunca deixar de lutar... Perdemos. Prometemos nunca mais cair no mesmo erro e quando baixamos a guarda, estávamos novamente a lutar, nos braços um do outro sem realmente saber porquê. E novamente o fim. Matas-me uma vez, és culpado, matas duas...a culpa é minha..
E mata-me outra vez. Outra vez qualquer que voltemos a prometer não nos deixar cair em tentação e falhemos redondamente na promessa. Sem saber porquê. Muito menos para quê... Mas alguma vez fizemos sentido?
E levantamos muralhas. Mais uma no meio de tantas outras. Não deveria ser ao contrário? Treparmos por elas em busca da conquista? Somos diferentes, construímos-las para ser mais emocionante... não faz sentido mas algures em ti, faz. E eu já não sou nova. Já não tenho o espírito de aventura sem pensar no amanhã. Feliz ou infelizmente. E sem reparar, sou eu que ergo nova muralha. Novo obstáculo...e quando dou por mim, estou perdida algures entre elas, com o pé numa pedra e outra no abismo... o que há do outro lado? Existe realmente algo? Salto e aventuro? Salto e morro? Volto atrás?
Acabo sozinha sempre. Mesmo quando vens ao meu encontro, acabamos sós. Por escolha. Obrigação. Dúvida. Desespero. Medo. E é sempre em ti que penso quando deixo o meu pensamento livre de censura. Livre de cérebro... Livre de opiniões alheias... porque essas, guardo para mim e as dos outros nem ouço.
Sei em que penso e como gostaria que esta história acabasse... mas fica difícil escrever um fim sem ter conhecimento do meio... e eu preciso de ti... de alguém que não fuja quando devia agarrar. Alguém que me desse a mão quando me perco do caminho... Alguém que cole a mão à minha sem me deixar fugir... porque o que eu quero é sempre o mesmo... Passe o tempo que passar. Venha quem vier. Esteja onde estiver. E por isso mesmo, mata-me outra vez.

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