sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Rua qualquer
Já nada me desperta naquele cenário... nem a curiosidade... ali, sou como todos os outros, sou apenas mais uma que passa despercebida, na multidão que se arrasta sem saber contemplar a vida que lhes passa ao lado.
Hoje foi diferente. Uma coisa é já não dar importância, por serem imagens repetidas vezes e vezes sem conta, outra bem diferente é passar por lá, procurar sentir e nada! Não provocam nada em mim... apenas cansaço...
A realidade é que não são as ruas que me enervam ou cansam, é a cidade de sempre que me esgota a alegria. E isso... isso é realmente triste.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
domingo, 24 de janeiro de 2010
Rewind....
Longe vão os dias em que o calor fazia de todos, seres felizes, anestesiados pelo aumento da melanina, que riam e gozavam a eterna juventude... Sobram os dias cinzentos e chuvosos que revolvem a areia onde nos deitámos e enraivecem as ondas onde nadámos... sobras tu... os outros.. cinzentos como o céu, na ressaca dos dias que já nem lembram, deprimidos e calados, nos corpos brancos e de braços serrados como que em negação do mínimo contacto físico.
E que culpa tenho eu se o inverno chegou? Que o sol se tenha ido e a areia esteja húmida? Não fui eu que deixei de rir, não fui eu que me calei, não é por minha causa que se deixaram absorver pela apatia...
E assim, continuam... Vagueando pelas mesmas ruas de sempre com o olhar cheio de nada... Agora sou eu que desisti de as percorrer... cansada do mesmo serão de sempre, do vaivém de corpos que se arrastam de copo na mão como se o amanhã fosse uma tarefa difícil de realizar...
Desisti de pensar, de me preocupar, de querer saber... E eu correria pela praia, ria, iria ao mar, rolaria pela areia molhada, se soubesse que isso traria em todos, os dias de verão... mas em todos, o inverno veio para ficar... e quem sou eu para afastar as tempestades? Nada! Ninguém... um mero grão de areia afogado pelo peso imenso das águas geladas de inverno.
Pensamento da madrugada
Sentimento da madrugada
Quando o que queremos dizer não se diz.
Quando as palavras não traduzem o que pensamos.
Quando já me cansei de falar.
Quando as palavras magoam.
Quando ficamos afónicos.
Quando chegamos a um beco sem saída.
Quando tudo o que nos resta é rezar mesmo que sejamos ateus.
Quando o que temos de fazer é esperar...
É isto que sobra... silêncio.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Meia meia.
Não interessa como fui parar àquele sítio. Nem como se chamava, o que fiz ou deixei de fazer… Mas interessa saber que numa realidade diferente da que estamos habituados, encontrei aquele elo de ligação, ao que nos surge sempre no dia a dia… o elo que desprezo porque me corta a ilusão, desliga-me das minhas fantasias… tira-me o prazer do desconhecido… Sentada numa mesa de estanho, estava uma mulher, banal como tantas outras, dando goles no seu chá de ervas com nomes difíceis de pronunciar, num programa fácil de observar…Não compreendo… desculpem mas não compreendo as mulheres que se sentam num bar, de saia versão cinto e de meias de liga a espreitar à vontade debaixo da saia, olhando em redor como o rei da selva quando mira o seu território… aquele bar era todo dela, por isso é que estava ali sozinha, cobiçando homens que se faziam acompanhados por mulheres menos fáceis, menos simples e muito menos desesperadas… Ou pelo menos, que sabiam disfarçar melhor… O que procurava ela? Quem? A meia… fácil… a meia procurava sair dali… do bar, da perna, largada nalgum quarto que a mulher já nem imaginava sequer, por tantas tentativas e sonhos destruídos, fantasias que nunca ninguém concretizou e que se resumiam a umas rapidinhas no carro velho e sujo do primeiro que lhe pergunta “posso sentar-me?”… A meia, por assim dizer, procurava sair, ser feita em “foguetes” pelas unhas da paixão e não pelas unhas escarlate da manicure à tuga… a mulher? A mulher procurava algo… qualquer coisa… um contacto, um olhar, um carinho, alguém que lhe calçasse um sapato naquela meia intocada, mas estava ali… escondendo os seus desejos, cansada por os adiar e esperar… “até quando?”- Pensava ela… sem nunca chegar a uma resposta… no entretanto, tomava um chá… versão dois em um para a cura do seu mal (ou pecado?), ou conhecia alguém, ou ia para casa sozinha, mas dormia um sono tranquilo, quem sabe com sonhos picantes do mentol? Quanto à meia solitária… a mesma gaveta a esperaria…ou então, o caixote do lixo… assim… como algo especial mas que a mulher tornou descartável, básico, simples, oferecido em troca de nada ou mote de olhares de gozo de quem a viu ali sozinha, no engate do príncipe invisível que tarda em chegar.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
So much better...
"Tonight the music seems so loud,
I wish that we could lose this crowd.
Maybe it's better this way,
We'd hurt each other with the things we want to say."
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Primeiro amor
Estranha inocência que não nos deixa compreender que um primeiro amor é só isso... o primeiro... depois disso, as coisas não se ficam pelo "e viveram felizes para sempre"... depois vem o segundo... o terceiro... até àquele que é o definitivo...ou então até nos cansarmos de nos darmos a outros, ou até decidirmos o que queremos fazer da nossa vida...
Estranho sentimento esse a que chamam de "amor"... tinha 17 anos quando o conheci... naquela altura as coisas ainda estavam a começar a fazer sentido para mim... Para nós...porque o primeiro amor também estava confuso no meio daquilo que sentia... entre os pêlos da barba que o envelheciam num corpo que deixara à pouco de ser menino... Ainda estava a dar os primeiros passos no meu processo de auto-conhecimento...dias antes tinha-me aproximado do espelho e perguntado ao reflexo "quem és tu?"... e quando me apercebi, estava a flutuar... incrédula com o poder de um mero sentimento... o mesmo que nos fazia mentir aos pais, para fazermos coisas banais, mas que na altura nos surgiam como aventuras...Como diz a canção, "nessa altura, uma mentira era só uma forma de podermos estar juntos"... as mesmas mentiras que nos faziam desdenhar tudo e todos que nos impedissem de amar...
Naquele tempo não havia lugar para muita coisa... e se de alguma forma pudesse recuperar algo, seria a minha própria independência... porque nunca fui tão independente como ali... Sabia-me fazer de difícil quando era necessário, não ficava horas a bater na tecla do "se calhar tive alguma culpa", mesmo que não a tivesse... E ciúme? Isso passava com um beijo ou com uma flor arrancada da mata perto da escola...
Tínhamos 17 anos... depois 18... as coisas nessa altura aconteciam ao ritmo e velocidade da luz... do som, mesmo que não houvessem muitas conversas...mesmo que achássemos que poderíamos abdicar das palavras, para mostrarmos o que sentíamos... Estávamos apaixonados, achávamos-nos dignos desse direito, a bem dizer, dessa desculpa...
Chegou o dia... de largar o primeiro... de desistir dos planos e sonhos que estavam destinados a não passar disso e que só nós nunca compreendemos... Foram promessas quebradas e uma lição aprendida... mas só e apenas depois de muitas lágrimas soltas, um lavar profundo da alma, pensamento, e eye-liner de guerra.
Entretanto outros vieram... e outros se foram... nunca da mesma forma... tão ingénua, tão fácil e difícil ao mesmo tempo... O amor até aí, era algo complexo que nós facilitávamos... Hoje, não passa de algo simples, mas que complicamos... Maldita cabeça que se encheu de teorias e fórmulas matemáticas, que complicam e nos fazem sofrer... vieram ocupar um corpo que naquela altura não pensava... ficava-se pelo básico, pelo primitivo... pelo lado animal e não tão racional.. E isso era bom... contrariava toda e qualquer lei da vida, mas era o que nos fazia sentir felizes... Não se olhava a aparências, defeitos, qualidades ou condição económica... Saímos da fase em que pensávamos que as miúdas que se deitavam com os rapazes, eram putas... Não eram... não todas... Eram apenas como nós. Ou então éramos nós como eles...
No dia em que crescemos, essa parte morreu connosco... E no dia em que morremos, morreu também a amizade... tínhamos cabeça para saber o que não queríamos mais, mas não tínhamos a suficiente, para saber conviver um com o outro sem ser abraçados num beijo longo e com uma cerveja na mão...
Não foi desperdício de tempo nem de vida... foi um processo de aprendizagem e de crescimento... se pudesse voltar atrás, não mudava um único parágrafo desta história.
Não é o mundo dos outros que quero viver. Não quero ser a felicidade deles, nem muito menos o sonho... quero que seja a nossa felicidade, os nossos sonhos... 1+1=2...
Sei que longe estão os dias em que serei clara como água, dias esses em que o que penso e digo, fará algum sentido no meio do caos que me rodeia... mas sou assim... perfeita no meu caos, organizada na desorganização e confusa quando tudo poderia ser tão simples. Nos restantes dias, se não me compreendem, então não me peçam respostas que não vão compreender, nem verdades que não querem ouvir e muito menos me perguntem coisas que até eu desconheço... Não me apetece falar. Apetece-me sentar num canto e escrever... escrever até não ter mais força, abstrair-me da realidade banal que sempre nos rodeia, desta forma não chateio ninguém e ninguém me chateia a mim... e o mundo continua a rodar como sempre faz... uns morrem outros nascem, vai-se o dia, chega a noite e cada um que pense nas suas próprias coisas como se não houvesse mais ninguém... A vida somos nós que a fazemos, não os outros, não o que dizem ou pensam de nós... Deixei de me importar. E se os outros não compreendem, é porque de alguma forma fizeram de mim mais uma no meio deste rebanho... igual ao comum dos mortais. Mas nós não somos iguais. Eu não sou como mais ninguém. Se fosse, que piada teria?
domingo, 17 de janeiro de 2010
Música da noite... dia?
"If you want to open the hole
Just put your head down and go
Step beside the piece of the circumstance
Got to wash away the taste of evidence
Wash it away"...
Out of time.
Nunca nada mais do que isto, alguma vez me interessou. Apenas os bons momentos, o carinho, a amizade, mas no meio de toda esta ânsia em busca de felicidade, esqueci-me da importância do tempo, do saborear os pequenos momentos segundo após segundo, minuto a minuto, sempre a pensar que não tinha tempo para tudo aquilo que ainda quero viver.
Resultado? Passaram os anos, os momentos e tudo o que resta são meras lembranças que guardo em mim como alguém que segura a vida nas próprias mãos, com medo de esquecer, de deixar que se evaporem os cheiros, os sentimentos, as palavras e caras só porque tinha pressa de viver...
Não vou mais viver assim... vou pegar no que quero, em quem amo e viver o hoje a pensar que amanhã podemos não amar, que o mundo pode acabar e se não acabar, então amanhã pensaremos numa forma de sobreviver ao depois de amanhã.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Música da noite
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Apelo de última hora... Carmen
http://www.gcolegiouniversal.com/portal/?s=11808
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
domingo, 10 de janeiro de 2010
Hoje fiz as pazes com o passado. Fazia muito tempo que não tinha contacto com ele. Demasiado. Hesitante e ansiosa no presente, saí de casa com medo do futuro ao encontro dele. São as mesmas ruas, os mesmos cheiros mas com uma cara diferente. Por debaixo de uma máscara que esconde outros sentimentos, sítios, emoções, que eu não quero mais repetir, não com a mesma pessoa, não como a pessoa que eu costumava ser. Hoje renasci das cinzas de quem costumava ser e nem me apercebi. Alguém que estava habituada a moldar-se a diferentes realidades só porque temia a rejeição, hoje, aprendi a viver sem me sentir presa como era costume. Sem deixar que o passado me impedisse de ser o que quero. Não sei se gosto da pessoa em quem me transformei. Sou o esboço de várias e diferentes situações, que para o bem ou para o mal, me talharam as formas, mas hoje cheguei a casa na leveza de quem se descartou de um problema. Lembrei-me que antes do mundo todo, estou eu e nunca mais me vou esquecer de olhar por mim, primeiro. Porque o passado, é isso mesmo, passado… e o sítio dele é lá atrás.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Malditos emails... ou serão fotos? Ou o amigo, por descrever tão bem a realidade nua e crua da essência das fotografias? O que escondem por detrás das poses, o sofrimento que nelas ficou imortalizado... Tento seguir o que ele diz:"...o que escolhemos recordar"... tento recordar os bons momentos, mas bolas... são esses os momentos que me fazem sofrer, por os querer ter novamente e saber que cada vez mais, estão distantes.