terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Música da noite... Até amanhã
" (...) We try, we fail, we crawl
We let the pieces fall where they may
And the picture fades
So go on and break my heart
It's always been caught off guard
In the end, there is nothing left to save (...)"
Rainy day
Se as palavras forem tudo o que temos, de que nos valem elas se não são suficientes? De que nos vale falar se não acreditam nelas? E para quê gastar saliva?
E nós gritamos mais e mais alto, mas será que adianta quando não nos ouvem?
A distância tornou-se ainda maior, tornou-nos vazios, distantes e cinzentos e lá fora o tempo chora sem descanso, piorando tudo o que já sentíamos.
E nós preocupamo-nos... em vão? Com razão? E para quê?
Quando queremos responder a perguntas que ainda não foram feitas, tudo fica complexo... Quando tentamos responder às poucas que foram perguntadas mas julgadas de uma forma diferente, desconhecida, ignorando tudo o que foi dito antes, tudo o que conhecem de nós, fica simplesmente impossível manter uma conversa... É muito mais fácil, embora perdedor, deitar as culpas aos outros, mesmo que não seja verdade, dando azo às nossas paranóias, medos e frustrações...
E isso sim... é difícil se não impossível, refutar...
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Another day at work...
É Sexta-feira. 9h da manhã e eu no trabalho lutando contra a preguiça que toma conta do meu cérebro. Não são horas para chatices, burrices ou aborrecimentos mas uma voz fina chama por mim.. ou pelo menos foi o que consegui ouvir... ainda bem que tenho um nome sonoro, audível a qualquer frequência. Questionava-me sem parar e eu sem ouvir... sacudo a cabeça, peço mais volume, sacudo o ouvido e nada... ela é daquelas que quando fala mais alto, apenas grita o ar e não a palavra...
A muito custo e concentração ouvi o que antes parecia ser uma canção de embalar... não é possível... eu que fujo a 7 pés da burrice desta juventude acéfala, estou sentada perto, demasiado perto, de uma... Coitada... ela não tem culpa de ser parte integrante de uma geração que cresceu habituada à estupidez humana... Pensando melhor, tem culpa sim! Como é possível fazer-me perguntas como: "Tenho de me ir inscrever na segurança social? Sim? Porquê? E quê? Pode ser por telefone certo?"... Perante o meu espanto e consequente silêncio, ela deve ter-se sentido na obrigação de me brindar com um: "É que não sei se já estou inscrita!"... Juro que não foi por mal, mas o que saiu de mim foi: "Sofres de algum tipo de patologia mental que te provoca amnésia? Como é possível teres 23 anos, já teres descontado e não saberes se já te inscreveste?? E os descontos??".
E sim, às 9h da manhã ainda existem coisas que me espantam... Diz ela com uma cara que podia bem ser o retrato oficial desta geração: "Que descontos? Isso é pra quê? Ahhh eu não ligo a isso..."... Há resposta a isto? Há! Uma chapada na cara numa tentativa frustrada de a acordar mas seria desperdiçar a pouca energia matinal que tinha, por isso mesmo limitei-me a um evasivo: "Vai à segurança social e pede informações..."... Ela continuou entretida a marcar as férias no mapa das datas e para quem desconhece as suas obrigações, ficou-lhe tão mal reclamar os seus direitos... Férias ao fim de dois meses??? Cansada??? Mas... ahhhh! Mas nada! Não há tempo para falar desta gente que vive ocupada a ser estúpida, habituada a que os outros lhes façam tudo, achando que isso é um direito adquirido à nascença.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Retrato do dia
23 anos ingénuos, passados como se aos 18 fosse idade de casar, aos 20, de ser mãe e aos 23, idade de ficar por casa na lida doméstica.
Já não as julgava assim. Desta raça de campo, em saias de pregas e filhos com bochechas vermelhas das correrias pelos montes, do ar puro do campo, na liberdade rara dos dias de hoje... porém os tempos são outros e em tempos de crise não se pode escolher... Os 23 anos de vida, parecendo 40, estão agora à minha frente, num qualquer lugar da cidade grande, a trabalhar para sustentar a família. Aos 18 casou, aos 20 não foi mãe porque os filhos já não se alimentam de ar e de vento, nem sequer das carnes da matança do porco ou das galinhas de campo... Hoje há a gripe das aves, as toxinas nos porcos, a ASAE... e o ar? Esse tornou-se cada vez menos puro e mais cinzento...
Por isso mesmo ela vem todos os dias na camioneta madrugadora e velha para mais um dia de trabalho... ingénua, inocente, calma e com cara de santa, imaculada e sem sombra sequer, de sombra para os olhos ou brilho nos lábios. Penica o pão-de-ló da sogra, cozido em forno de pedra e bebe café como eu bebo água... vício da cidade, adquirido anos antes, na 1ª vez que pisou a calçada portuguesa... No entretanto, a corromper a sua imagem e ser, a cara de menina enche-se de rugas e manchas vermelhas, a saliva forma-se em grandes quantidades e subitamente, explode em 1001 palavrões que nem consigo pronunciar... seguidos, sem pausa para respirar e eu acredito que se existissem pratos perto dela, voariam em todas as direcções numa espécie de "salve-se quem puder"... E é isto que não gosto... a transformação do ser em algo tão comum... a corrupção das vidas, o deslargar das tradições, o corte com o passado... o efeito negro da cidade, na brancura da pureza campestre... E aí, acaba-se o dia, horas mais velha, anos mais mal passados, um cabelo branco a mais que salta no meio de tantos outros... amanhã... amanhã é dia de mais do mesmo.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Comportamento gera comportamento...
E é este o mundo que criamos... que alimentamos e que hoje volta para nos cobrar mais e pior...É este o mundo em que vivemos e ao qual estamos presos... mais do que pensamos, mais do que gostaríamos... mais frio... mais cinzento... mais antipático. Quero a cor perdida no caminho... quero as pessoas do antigamente... quero o que se perdeu no entretanto... Quero a simpatia que foi e não volta... a educação que deseducou meio mundo e se tornou moda... Não gosto mais do que me rodeia... das pessoas que me olham e desconfiam se digo algo para bem delas, que recusam uma ajuda minha preferindo passar por burras... que criticam tudo o que as envolve só porque a vida delas é muito triste....
À senhora do metro que me acusou de não a deixar sair na paragem que pretendia (mais porque não se deu ao trabalho de tentar dirigir-se à porta no tempo certo) e que preferiu acusar a mocidade sem se lembrar que ela mesmo já foi moça, à senhora hoje no café que preferiu insultar-me quando a tentei ajudar com as moedas na máquina do tabaco, ao senhor que agarrou no neto com unhas e dentes só porque lhe sorri, à namorada que me olha com olhar fulminante sem reparar que o namorado é que fulmina com olhar de desejo todas as outras menos a ela.. a todos... um obrigada por me fazerem sentir um ET neste mundo... Um tremendo "des"obrigada, por contribuírem para um mundo feio, porco e mau.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Mundos à parte do vosso
Não gosto quando a vida nos separa de quem gostamos. De quando deixamos que o tempo nos impeça de estar ou ser. De ter tempo para gastar com inutilidades mas não com amigos que vou esquecendo da memória mas não do coração.
Gosto de os encontrar pelo acaso e não pela obrigatoriedade. Gosto de surpresas, de histórias de vida em que não estive presente. Gosto de quem gosta de mim, embora às vezes me esqueça de lembrar-me deles.
Não gosto que a falta de à vontade, pensamentos pessimistas ou desconforto de situações hipotéticas, me façam desligar o telefone mesmo antes de ter marcado o número completo... apenas acrescento uma pedra à ponte que nos separa... não é isso que quero certamente...
E por isso mesmo, desculpem... se às vezes pareço distante de vocês mesmo quando estou perto... sou só eu a chicotear-me por ter estado ausente tanto tempo. Mas às vezes, faz bem...
sábado, 5 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Voyeur
De manhã, raramente estou preparada para o dia-a-dia... Inspiro todos os dias o ar que apenas me permite sobreviver, ponho os óculos de sol e parto, a dormir em pé, para as obrigações diárias... Depois, das duas uma: Ou acordo a meio da manhã e funciono o resto do dia, ou não acordo e o tempo custa três vezes mais a passar... Ontem foi um dia assim... Ainda eu mal me aguentava nas pernas, querendo apenas paz e sossego e chega a S. de fininho nos seus 55kg de corpo e 170cm de altura (10 cm dos tacões) e como quem apenas me quer dar um recado, sai-lhe um: "Aiehh... doem-me as nádegas...!"... assim... uma espécie de: "O meu namorado ontem não me poupou e foi-me ao XX...", bruto, violento e violador da minha paz de espírito, roubada assim com uma declaração que não disse, apenas porque a S. foge de tudo o que ela considera "rasca"... porque uma mulher não usaria tais termos... A S. usa... mas apenas em pensamento... ela é daquelas que em roupas curtas, provocantes e às vezes "rascas", abana o rabo pela rua com um balão de pensamento de banda desenhada, invisível, agarrado à cabeça...prova disso foi o sorriso maroto e piscar de olho cúmplice!
Ahhhh não! Mas eu não quero ser cúmplice! Não quero esse filme na minha cabeça a conspurcar os meus pensamentos! Não! Não quero fazer parte "voyeurista" daquela cena e não quero cruzar-me com o namorado dela, que me cumprimenta com um olhar ao género: "Eu sei que tu sabes que sou uma boa queca partidária!"...
E é sempre assim... que as coisas mais bizarras acontecem na minha vida... por acaso... sem querer... distraidamente... Oh meu deus... eu era tão inocente antes de vos conhecer...
Dreams...
Deitada na cama grande, envolvida por lençóis polares e edredon, sonho. Sentada numa rocha, olho o horizonte num rosa amarelado. Cá em baixo, muito em baixo, está o rio que me puxa para o fundo. Tenho uma corda presa no pé descalço, pintado nas unhas num vermelho vivo e uma saia que voa ao sabor do vento. São os dois medos que ali enfrento, estranhamente, calma... Eu sei que é um sonho, que mais tarde ou mais cedo vou despertar para uma cama quente e virar-me para o outro lado da almofada, sob o céu cinzento de inverno...mas para já, não quero acordar. Sinto-me estupidamente segura, sentada num abismo de morte eminente.
Sem asas que me salvem, olho a corda que me liga à vida... que me trava os pés, os passos, o ser... que me mantém ali... aqui! Sou interrompida por uma voz que me diz: "Salta! É hora..!"... Tiro a corda do pé, levanto-me, abro os braços e deixo-me cair... caio... e volto a cair, sempre numa descida vertiginosa mas demasiado lenta... e quando já estou farta de cair sem nunca aterrar, algo invisível me prende pelo pé. Como se a corda nunca tivesse saído de mim... cabeça para baixo a 1 centímetro da água... "Bolas!"- pensei... "Vou acordar.."... Desperto com uma dor incrivelmente forte no tornozelo esquerdo, no mesmo pé das unhas vermelhas... Suspiro, saio de casa e estranhamente o céu de inverno estava rosa amarelado... Coincidência?
E assim começou mais um dia estranho em que tudo sabe ao que não é na realidade.
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