segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
O que foi volta a ser
É em noites assim que estranho a tua ausência. Páro para pensar em que parte do universo estás, que pedaço de terra ocupas, sem querer sabê-lo realmente... a realidade, já se sabe, é sempre menos bonita do que a imaginação. Concerteza estás no sítio do costume, com a mesma companhia de sempre, a fazer o que fazes todos os dias, mas saber que te deixas levar por essa rotina que nos mata, ao invés de uma outra realidade qualquer, tira todo o encanto à minha saudade.
É em em noites assim, que sinto a nossa falta. Quando o frio que se faz sentir lá fora, se entranha no meu corpo, mostrando-me que o tempo passou e a idade não perdoou as loucuras de outras alturas... Tudo mudou, lá fora e em nós, mas em noites assim, em que o frio aperta e o vento quase me leva, tudo volta a ser o que sempre foi.
É em em noites assim, que sinto a nossa falta. Quando o frio que se faz sentir lá fora, se entranha no meu corpo, mostrando-me que o tempo passou e a idade não perdoou as loucuras de outras alturas... Tudo mudou, lá fora e em nós, mas em noites assim, em que o frio aperta e o vento quase me leva, tudo volta a ser o que sempre foi.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Sentimentos que vão e vêm... meros castelos de areia que se esbatem com o passar das ondas... E por muito que eu deite mais areia, que os reforce com pedras, sempre vem uma onda capaz de os fazer ruir.
Eu gostava de não ser assim, frágil como água em areia, ao sabor das ondas num mar de emoções. Gostava de ser forte a cada força do vento.
Acima de tudo, gostava de ter a certeza que o mar me tenta ensinar. Ter a certeza do que sinto e quero e acima de tudo, ser capaz de a defender, perante um mundo que me abafa.
Vejo o mar que me chama mas assusta. Corro em direcção a ele sem medo que me engula e páro a meio. Sempre páro. O medo que tenho prende-me os movimentos e leva-me ao fundo. Quase sempre me leva. Mas há momentos que não. Há momentos que o meu corpo flutua na água e consigo nadar... até que o medo me paralisa. Assim é o que sinto... tão fácil de sentir mas tão difícil de explicar...
Há muita água para nadar, muitas ondas para bater no meu castelo, mas nunca para me afogar. Atrapalha-me o ser, mas não mata.
E eu sento-me na areia. Rendida à tamanha imensidão e mistério. Colecciono as pedras com que reforço o meu corpo, mas não são suficientes. Nunca são.
Eu gostava de não ser assim, frágil como água em areia, ao sabor das ondas num mar de emoções. Gostava de ser forte a cada força do vento.
Acima de tudo, gostava de ter a certeza que o mar me tenta ensinar. Ter a certeza do que sinto e quero e acima de tudo, ser capaz de a defender, perante um mundo que me abafa.
Vejo o mar que me chama mas assusta. Corro em direcção a ele sem medo que me engula e páro a meio. Sempre páro. O medo que tenho prende-me os movimentos e leva-me ao fundo. Quase sempre me leva. Mas há momentos que não. Há momentos que o meu corpo flutua na água e consigo nadar... até que o medo me paralisa. Assim é o que sinto... tão fácil de sentir mas tão difícil de explicar...
Há muita água para nadar, muitas ondas para bater no meu castelo, mas nunca para me afogar. Atrapalha-me o ser, mas não mata.
E eu sento-me na areia. Rendida à tamanha imensidão e mistério. Colecciono as pedras com que reforço o meu corpo, mas não são suficientes. Nunca são.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Silly season
Não gosto deste lufa- lufa. Do materialismo imposto à época como se fosse parte importante da tradição. Não gosto da antipatia que domina as pessoas na corrida à compra perfeita. Os encontrões com os sacos, a corrida dentro das lojas como se a vida delas dependesse daquela compra. Não gosto de ser obrigada a concordar com o materialismo e pior, ter de o ser também, correndo o risco de ser antipática se não comprar também. Odeio meias, cuecas e pijamas, carapins e afins seja a receber ou a dar, prefiro uma caixinha cheia de nada e um prato de arroz doce à frente. E isso sim, é tradição, a família à frente a dizer disparates aquecidos pelo álcool, o botão das calças desapertado pelo enfartamento de comida e sentar-me a um canto a observá-los, pensando que o importante é aquilo... não o que se deu ou não deu, o que recebemos só porque sim, mas sim o estarmos juntos e bem... É sinal que estamos vivos.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Dúvidas existenciais
O medo que o abstracto tome conta de nós. Que o nosso ser caia no buraco negro do esquecimento, que todos os dias sejam apenas isso, mais um no meio de muitos que ainda estão para vir. Medo da solidão que amamos mas tememos. Medo de sermos apenas mais um no meio da multidão, sem histórias para contar ou exemplos a seguir. Medo que os nossos sonhos não passem disso. Que as nossas batalhas sejam uma causa perdida. Medo do fracasso enquanto ser humano. Medo do desconhecido e ódio pelo conhecido. Medo de ser diferente e pavor por quem nos podemos tornar. Ânsia de amar quem só nos faz sofrer. Medo que a dor não desapareça. Medo de ser quem não se sabe que se é.
E a propósito... (Thank's Brunix)
Sherlock Holmes e Watson vão acampar. Montam a tenda e, depois de uma boa refeição e uma garrafa de vinho, deitam-se para dormir.
Algumas horas depois, Holmes acorda e diz para o seu fiel amigo:
- Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que vê.
Watson responde:
- Vejo milhares e milhares de estrelas.
Holmes, então, pergunta:
- E o que isso significa?
Watson pondera por um minuto, depois enumera:
1. Astronomicamente, significa que há milhares e milhares de galáxias, e, potencialmente, biliões de planetas.
2. Astrologicamente, observo que Saturno está em Leão e teremos um dia de sorte.
3. Temporalmente, deduzo que são aproximadamente 03 horas e 15 minutos pela altura em que se encontra a Estrela Polar.
4. Teologicamente, posso ver que Deus é todo-poderoso e somos pequenos e insignificantes.
5. Meteorologicamente, suspeito que teremos um lindo dia.
Correcto?
Holmes fica um minuto em silêncio e diz:
- Fdssss... Watson, não vês que nos gamaram a puta da tenda?!!...
Moral da história: A vida é simples, nós é que a complicamos.
Algumas horas depois, Holmes acorda e diz para o seu fiel amigo:
- Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que vê.
Watson responde:
- Vejo milhares e milhares de estrelas.
Holmes, então, pergunta:
- E o que isso significa?
Watson pondera por um minuto, depois enumera:
1. Astronomicamente, significa que há milhares e milhares de galáxias, e, potencialmente, biliões de planetas.
2. Astrologicamente, observo que Saturno está em Leão e teremos um dia de sorte.
3. Temporalmente, deduzo que são aproximadamente 03 horas e 15 minutos pela altura em que se encontra a Estrela Polar.
4. Teologicamente, posso ver que Deus é todo-poderoso e somos pequenos e insignificantes.
5. Meteorologicamente, suspeito que teremos um lindo dia.
Correcto?
Holmes fica um minuto em silêncio e diz:
- Fdssss... Watson, não vês que nos gamaram a puta da tenda?!!...
Moral da história: A vida é simples, nós é que a complicamos.
Olhos que falam por si
A simplicidade (ou falta dela), evidencia-se num olhar, nas acções, no que se diz ou se cala... No que se faz invés do que se poderia ter feito, no que se pensa e se diz, sem receio do pensamento dos outros.
A saudade dessa simplicidade que preenchia os meus dias, deu lugar a um vazio que me tolhe o pensamento e me atira para a realidade... Nunca seremos um «nós», quando a simplicidade não existe. Quando deixamos que outros nos façam mentir por eles ou quando fazem de nós uma peça deste jogo psicológico...
E enquanto uns fogem à realidade, outros pelo meio criticam e desdenham tal acção... nunca seremos um «eu», enquanto não limparmos as teias de aranha deixadas pelo tempo e os fantasmas do passado que voltam para nos assombrar, independentemente de quem encontramos pelo caminho, ou da confusão que criamos, quando evitamos pensar que estamos confusos...
A simplicidade evidencia-se num olhar... mas nos olhos dos outros, só vejo a falta dela.
A saudade dessa simplicidade que preenchia os meus dias, deu lugar a um vazio que me tolhe o pensamento e me atira para a realidade... Nunca seremos um «nós», quando a simplicidade não existe. Quando deixamos que outros nos façam mentir por eles ou quando fazem de nós uma peça deste jogo psicológico...
E enquanto uns fogem à realidade, outros pelo meio criticam e desdenham tal acção... nunca seremos um «eu», enquanto não limparmos as teias de aranha deixadas pelo tempo e os fantasmas do passado que voltam para nos assombrar, independentemente de quem encontramos pelo caminho, ou da confusão que criamos, quando evitamos pensar que estamos confusos...
A simplicidade evidencia-se num olhar... mas nos olhos dos outros, só vejo a falta dela.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Música para os meus ouvidos
Desculpa, eu sei que era «para mim», mas gosto tanto dela que não resisti... e o que conta é a intenção :D*****
domingo, 13 de dezembro de 2009
Nevoeiro nocturno com cheiro a mentol
Porque pintas um quadro que não é teu? Porque lhe dás um comentário impessoal, abstracto, dúbio, incompreendido por todos? Quem és tu por detrás dessa tela? Quem é a figura distorcida pela névoa do horizonte? Porque te dás sem te dares ou foges sem sair do sítio? Porque lanças no ar as respostas confusas às perguntas mais óbvias? Quem te fez assim? Tão frágil por detrás dessa carapaça?
Ficam as perguntas, mas quase nunca as respostas... talvez os outros te compreendam ou então simplesmente, subentendem-te, atribuindo-te a mais um estereótipo dos comuns dos mortais e dos demais clones da sociedade, quando não têm inteligência suficiente para saberem, que todos nós somos parte da mesma equação, mas cada um diferente de si... Talvez o meu erro seja esse... fazer desta equação uma coisa bem mais complexa do que é na realidade...
Então aí, perdoa-me... por querer entender, por não gostar de te encarar como mais um entre os outros, que fingem perceber para terem uma justificação que lhes gratifique o pensamento.
Se calhar o erro foi meu e eu é que entendi tudo ao contrário ou fiz de ti o que nunca foste, se calhar é tudo claro como o dia, límpido como água e eu é que sofro da visão... se calhar... who know's?
Ficam as perguntas, mas quase nunca as respostas... talvez os outros te compreendam ou então simplesmente, subentendem-te, atribuindo-te a mais um estereótipo dos comuns dos mortais e dos demais clones da sociedade, quando não têm inteligência suficiente para saberem, que todos nós somos parte da mesma equação, mas cada um diferente de si... Talvez o meu erro seja esse... fazer desta equação uma coisa bem mais complexa do que é na realidade...
Então aí, perdoa-me... por querer entender, por não gostar de te encarar como mais um entre os outros, que fingem perceber para terem uma justificação que lhes gratifique o pensamento.
Se calhar o erro foi meu e eu é que entendi tudo ao contrário ou fiz de ti o que nunca foste, se calhar é tudo claro como o dia, límpido como água e eu é que sofro da visão... se calhar... who know's?
Música da noite
«I'm the voice inside your head you refuse to hear
I'm the face that you have to face mirroring your stare.
I'm what's left, I'm what's right, I'm the enemy
I'm the hand that take you down, bring you to your knees»
Thinking...
Quando todos vão dormir, o que resta? Para além do ressonar, da agitação nocturna ou do próprio silêncio? Eu... sou eu que fico acordada a ver as horas passarem. O sono tarda em chegar e cada pensamento meu só serve para adiar ainda mais o meu repouso.
Enquanto todos dormem, serenos no seu sono, deixando que os seus desejos inconscientes se realizem em sonhos distorcidos e abstractos, chega a mim a enchente de pensamentos na qual me afogo. Será que só me tiram o sono a mim? Será que da outra margem do meu pensar, há alguém a pensar no mesmo? Acordado? Desperto por um silêncio tão ruidoso que nos mói a cabeça...? Será que pensa sequer? De noite ou de dia, a qualquer hora?
E entretanto apago. Como uma lâmpada que se funde no limite da vida. A exaustão apodera-se do meu corpo e eu rendo-me, sem forças para a impedir. Amanhã será só mais um dia. Em que a anestesia diurna se esgota à noite, deixando-me à mercê da insónia enquanto todos os outros, dormirão o sono dos justos.
Enquanto todos dormem, serenos no seu sono, deixando que os seus desejos inconscientes se realizem em sonhos distorcidos e abstractos, chega a mim a enchente de pensamentos na qual me afogo. Será que só me tiram o sono a mim? Será que da outra margem do meu pensar, há alguém a pensar no mesmo? Acordado? Desperto por um silêncio tão ruidoso que nos mói a cabeça...? Será que pensa sequer? De noite ou de dia, a qualquer hora?
E entretanto apago. Como uma lâmpada que se funde no limite da vida. A exaustão apodera-se do meu corpo e eu rendo-me, sem forças para a impedir. Amanhã será só mais um dia. Em que a anestesia diurna se esgota à noite, deixando-me à mercê da insónia enquanto todos os outros, dormirão o sono dos justos.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Efeito L.S.D.
Estar doente e impedida de sair de casa tem destas coisas: acordar cedo demais porque a tosse não me deixa descansar ou porque é hora de tomar os comprimidos e na volta, toma-se conta do sobrinho.
E foi assim, que dei por mim no sofá num programa deprimente com o puto ao lado, a ver desenhos animados no canal Panda... Com tantas actividades boas para fazer com ele, só esta o acalmou... Juro que não sei se terá sido dos comprimidos, mas senti-me como se tivesse tomado LSD... por acaso já alguém se deu ao trabalho de ver o dito canal? Tudo é colorido, bonitinho, saltitante, bonecos que riem, dançam e cantam, com cabeças completamente desproporcionais ao corpo, vacas laranja, hipopótamos amarelos... O puto brincava, entretido com um carrinho, alheio ao delírio da tia que tinha colado à TV de olhos esbugalhados... Só acordei para a realidade quando senti uns valentes encontrões de um bonequinho (ahhh não, era o miúdo), de quase um metro, que dançava efusivamente ao som de uma musiquinha infantil... Apaguei a TV e fui brincar com ele e com os carros, sim, porque a tia não quer um sobrinho tão novo e já a ter este tipo de paranóias... Pudera que depois pintem os animais de cores diferentes da realidade ou que tenham pesadelos com monstros, se eu sonhasse com o Noddy de cabeça gigante, também teria medo :D
Oh meu Deus e passar-me a gripe? Não?
E foi assim, que dei por mim no sofá num programa deprimente com o puto ao lado, a ver desenhos animados no canal Panda... Com tantas actividades boas para fazer com ele, só esta o acalmou... Juro que não sei se terá sido dos comprimidos, mas senti-me como se tivesse tomado LSD... por acaso já alguém se deu ao trabalho de ver o dito canal? Tudo é colorido, bonitinho, saltitante, bonecos que riem, dançam e cantam, com cabeças completamente desproporcionais ao corpo, vacas laranja, hipopótamos amarelos... O puto brincava, entretido com um carrinho, alheio ao delírio da tia que tinha colado à TV de olhos esbugalhados... Só acordei para a realidade quando senti uns valentes encontrões de um bonequinho (ahhh não, era o miúdo), de quase um metro, que dançava efusivamente ao som de uma musiquinha infantil... Apaguei a TV e fui brincar com ele e com os carros, sim, porque a tia não quer um sobrinho tão novo e já a ter este tipo de paranóias... Pudera que depois pintem os animais de cores diferentes da realidade ou que tenham pesadelos com monstros, se eu sonhasse com o Noddy de cabeça gigante, também teria medo :D
Oh meu Deus e passar-me a gripe? Não?
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Pensamento do fim de tarde
Com a histeria dos últimos tempos, em parte graças à gripe A e a outra parte, por culpa da estupidez humana, uma simples constipação como a que tenho, instalou o pânico na farmácia quando lá fui comprar uma simples caixa de antigripal...
Os sintomas na farmacêutica foram visíveis: Perda da capacidade de falar (não me deu uma única palavra), perda da educação (atirou a caixa para cima do balcão, a uma distância considerável), e paragem de pensamento.
Graças a Deus que o meu mal se resolve com uma caixinha de antivirais, já o mal dela... é crónico.
Os sintomas na farmacêutica foram visíveis: Perda da capacidade de falar (não me deu uma única palavra), perda da educação (atirou a caixa para cima do balcão, a uma distância considerável), e paragem de pensamento.
Graças a Deus que o meu mal se resolve com uma caixinha de antivirais, já o mal dela... é crónico.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Mystery.
Gosto do mistério. O mesmo que todos temos e que usamos para nos esconder. Gosto de o desvendar, mas não quando ele deixa de existir. Porque enquanto damos luta, há algo para lutar, há algo que nos sobe a adrenalina e que nos instiga a mover.
Gosto da complexidade de palavras ou gestos simples, da honestidade do ser-se honesto, da veracidade de um sentimento e de um sorriso em vez de 1000 palavras.
Gosto de observar, de reflectir cada palavra que é dita, na busca de uma compreensão que para mim é eterna, mesmo que difícil.
Gosto de dar significado a uma música com um momento vivido, na tentativa de o perpetuar na minha memória.
Gosto de ser directa mesmo que possa ser mal interpretada, mas não gosto quando me atribuem uma profissão (que escolhi), em vez de um nome ou uma pessoa, que sempre foi assim.
E se me afastei, não foi porque o mistério dos outros se esgotou, porque a luta se venceu ou perdeu, porque fiquei cega ou as músicas acabaram, mas sim porque me escondi por detrás do meu próprio mistério, que até eu desconheço, por andar sempre a evitá-lo. É tempo de lidar com os meus próprios demónios.
Gosto da complexidade de palavras ou gestos simples, da honestidade do ser-se honesto, da veracidade de um sentimento e de um sorriso em vez de 1000 palavras.
Gosto de observar, de reflectir cada palavra que é dita, na busca de uma compreensão que para mim é eterna, mesmo que difícil.
Gosto de dar significado a uma música com um momento vivido, na tentativa de o perpetuar na minha memória.
Gosto de ser directa mesmo que possa ser mal interpretada, mas não gosto quando me atribuem uma profissão (que escolhi), em vez de um nome ou uma pessoa, que sempre foi assim.
E se me afastei, não foi porque o mistério dos outros se esgotou, porque a luta se venceu ou perdeu, porque fiquei cega ou as músicas acabaram, mas sim porque me escondi por detrás do meu próprio mistério, que até eu desconheço, por andar sempre a evitá-lo. É tempo de lidar com os meus próprios demónios.
Heartless
Custa-me muito parar para pensar. Custa ainda mais pensar quem nós somos. O que representamos ou vivemos, nisto a que chamamos de existência. Se eu tivesse uma palavra para nos descrever, seria «difícil». Não «amor» porque isso só serve para complicar ainda mais. Confunde-nos e tolhe-nos o pensamento.
Não sei quem tanto mal te fez... sei que eu não fui e que fomos ou somos nós, que nos mantemos assim... distantes. Um não quer dar o braço a torcer e o outro não tem mais braço para torcer.
A culpa é nossa. Que permitimos que o «eu» se sobreponha ao «nós» (ou será ao contrário?), nós, que permitimos que as nossas memórias ditassem o presente e que tais factos nos impeçam de ter um futuro...
No fim resta isto... um «nada» que não foi mas poderia ter sido, vivemos agarrados à ideia de um «algo» que foi morto à nascença pelas nossas mentes e que nos impede de ser «alguém».
Não sei quem tanto mal te fez... sei que eu não fui e que fomos ou somos nós, que nos mantemos assim... distantes. Um não quer dar o braço a torcer e o outro não tem mais braço para torcer.
A culpa é nossa. Que permitimos que o «eu» se sobreponha ao «nós» (ou será ao contrário?), nós, que permitimos que as nossas memórias ditassem o presente e que tais factos nos impeçam de ter um futuro...
No fim resta isto... um «nada» que não foi mas poderia ter sido, vivemos agarrados à ideia de um «algo» que foi morto à nascença pelas nossas mentes e que nos impede de ser «alguém».
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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